Negado novo exame de insanidade mental à advogada acusada de envenenar ex-sogro e mãe dele

Publicidade

O juiz Eduardo Pio Mascarenhas negou pedido para a realização de novo exame de insanidade mental da advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, acusada de matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados. A defesa argumentou que havia incoerências nas conclusões do laudo pericial inicial. Contudo, o magistrado ressaltou que o documento não apresenta erros e indicou que Amanda estava consciente de seus atos quando cometeu o crime.

“O laudo médico pericial foi conclusivo, não havendo necessidade de correção por omissão, obscuridade ou contradição”, disse o magistrado. Ao indeferir o pedido, o juiz homologou o laudo médico oficial e marcou a audiência de instrução para o próximo dia 25 de junho.

O referido lado, feito pela Junta Médica Oficial do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), aponta que a advogada “claramente” agiu de forma organizada e planejada para praticar o crime. E que tomou cuidados para que sua intenção de cometer o ato ilícito não fosse descoberto.

Denúncia do MP

De acordo com a denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Spiridon Anyfantis, a acusada, alegando rejeição por parte do ex-namorado e de alguns parentes dele, adquiriu, no dia 8 de dezembro, pela internet, uma substância tóxica, que foi entregue em sua residência, na cidade de Itumbiara, no Sul de Goiás. No dia 16 de dezembro, por meio de um aplicativo de entrega, a denunciada pediu que o produto fosse levado a ela no hotel onde estava hospedada, em Goiânia.

As investigações apontaram que a advogada realizou pesquisas em seu celular a fim de obter informações sobre as consequências mortais da substância em caso de consumo humano. Também no dia 8 do mês passado, conforme os autos, a advogada enviou uma mensagem a Leonardo Filho perguntando seu maior medo: morrer ou perder alguém da família. O médico respondeu que seria perder os familiares.

Falsa gravidez

Segundo o inquérito no qual se baseou a denúncia, no dia 17 de dezembro, a denunciada, que afirmava estar grávida do médico Leonardo Filho, comprou cinco bolos de pote e quatro bolos gelados em um estabelecimento comercial, os envenenou com a substância adquirida e, em seguida, foi até a casa das vítimas a pretexto de fazer uma visita. Na ocasião, foram servidos e consumidos os produtos envenenados. Leonardo Pereira Alves e a mãe, Tereza Alves, comeram os doces, que também foram oferecidos a Agostinhos e João Alves, que recusaram as guloseimas.

A denúncia aponta ainda que a advogada permaneceu na residência até o momento em que as vítimas começam a passar mal. Nesse momento, ela foi embora e, na sequência, pegou uma carona para Itumbiara.

Com o agravamento do quadro de saúde dos dois envenenados, ambos foram levados ao hospital, onde foram internados e acabaram morrendo. Com o início das investigações policiais sobre o caso, as comidas ofertadas no café da manhã passaram por perícia, sendo detectado no bolo de pote o veneno.