O julgamento dos acusados de envolvimento na morte dos advogados Marcus Aprígio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47, entra no segundo dia com a oitiva do fazendeiro de Nei Castelli, apontado como mandante dos assassinatos.
Ontem, forma ouvidos dois dos três réus, Hélica Ribeiro Gomes, namorada de Pedro Henrique (já condenado), e Cosme Lompa Tavares. Eles negaram participação no crime. Além deles, foram ouvidas 12 testemunhas. A sessão é presidida pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, da 1ª Vara Criminal dos crimes dolosos contra a vida e Tribunal do Júri de Goiânia.
Denúncia
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o fazendeiro teria ordenado o assassinato depois de perder uma ação que o obrigava a pagar às vítimas, a título de honorários sucumbenciais, o valor de R$ 4,6 milhões. Inconformado, ele entrou em contato com Lompa na tentativa de encontrar alguém para o homicídio. Lompa, então, teria escolhido Pedro Henrique Martins Soares, já condenado pelo caso, conhecido pela prática de diversos crimes no Tocantins, e teria acertado com ele a execução.
Além disso, conforme apontado pelo MP-GO, prestou-lhe apoio antes e após o cometimento dos assassinatos, transportando os executores e garantindo que se hospedassem em Goiânia, uma vez que eles são do Estado do Tocantins.
Já Hélida teria negociado a recompensa pelo crime e, mais tarde, Pedro Henrique teria acertado com Jaberson Gomes (falecido na época do crime em confronto com a polícia do Tocantins), para lhe ajudar no assassinato. Castelli, segundo a peça acusatória, teria oferecido R$ 100 mil aos dois, caso saíssem impunes, e R$ 500 mil, se fossem presos em decorrência da empreitada.