Juiz de Goiânia determina soltura de comerciante acusado de matar lojista na Vila Canaã

Por entender não existirem motivos para manter a prisão do comerciante Júlio Antônio Neto, acusado de matar Leandro Bahia Carvalho, na Vila Canaã, em Goiânia (GO), o juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, titular da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri da capital determinou sua soltura.

A decisão segue parecer do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), que opinou pela liberdade do comerciante, por considerar que ele não oferece risco à sociedade nem à ordem pública e também tem colaborado com o inquérito policial, sem riscos de tentar influenciar o desenrolar do processo em seu favor.

Na decisão, o magistrado destacou que Júlio é réu primário e tem residência e emprego fixos, condições que lhe são favoráveis. “Entendo ter razão o Ministério Público, no sentido de que não persistem mais os requisitos da prisão preventiva, haja vista que o requerente demonstrou interesse em colaborar com as investigações e com o desenrolar do futuro processo penal”, analisou o juiz.

Prisão

Júlio foi preso preventivamente no dia 25 de abril deste ano, horas após a morte do empresário Leandro Bahia Carvalho. Ao requerer a soltura do empresário, a defesa juntou depoimentos de testemunhas oculares e vídeos que indicam que o empresário agiu em legítima defesa.

De acordo com os advogados Jorge Paulo Carneiro e Guilherme Ramos Paula, as provas revelam que, no momento dos fatos, Leandro, apresentando estado muito alterado, atravessa a Avenida Bartolomeu Bueno e se dirige à loja do acusado, onde o agride física e verbalmente por várias vezes, enquanto o acusado apresenta uma postura passiva, evitando o confronto.

Ainda nos vídeos, conforme os causídicos, é possível ver que, na sequência, populares afastam Leandro de Júlio, que volta para o interior de sua loja e se senta em uma cadeira, de frente para um computador. Apesar de iniciar percurso de volta ao seu estabelecimento, Leandro retorna à loja de Júlio, onde novamente o golpeia física e verbalmente e é contido por populares e levado de volta à sua loja. Lá, instiga um parente a ajudá-lo no confronto.

Logo após, afirmam os advogados, as câmeras de segurança mostram Leandro entrando em seu veículo e se debruçando sobre o banco do passageiro como que pegando algum objeto, ocasião em que, mais uma vez, pessoas do local tentam contê-lo mas são repelidas por ele.

Depois, na companhia do parente e de uma pessoa identificada como “Ceguinho”, Leandro, de acordo com a defesa, dirige-se ao interior da loja de Júlio, onde a vítima e um o parente o agridem mais uma vez física e verbalmente. “O comerciante chega a cair no chão e, levantando-se, pega uma arma que estava em uma prateleira próxima ao computador e efetua alguns disparos, um deles provoca a morte de Leandro”, frisam os advogados.