João Domingos Advogados promove ao longo deste sábado o 1º Agro em Debate, em Goiânia

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Evento reúne especialistas:gestores de fazenda e analistas de mercado de grãos e boi, até contadores, advogados.

Marília Costa e Silva

Teve início, na manhã deste sábado (18), no auditório do Hotel K, em Goiânia, 1º Agro em Debate – Reestruturação Financeira no Agronegócio. Promovido pelo escritório João Domingos Advogados Associados (JDAgro) em Associação Brasileira de Defesa do Agronegócio (ABDAgro) e BR Fazendas, o evento reúne especialistas do setor: desde gestores de fazenda e analistas de mercado de grãos e boi, até contadores, advogados e um juiz.

A abertura oficial do evento ficou a cargo do advogado Leandro Marmo, CEO do JDAgro; de João Domingos, advogado fundador do JDAgro; Rafael Barra, fundador da BR Fazendas; e Roberto Junqueira, produtor rural de Nazário (GO). Eles falaram para especialistas do setor, desde gestores de fazenda e analistas de mercado de grãos e boi, até contadores e advogados da área.

Referências

Leandro Marmo, ouvido pelo Rota Jurídica, garante que ao longo do dia os participantes vão encontrar as melhores referências em gestão da pecuária, da agricultura, financeira, tributária e de pessoas. Todas as informações que vão permitir que o produtor alcance maior eficiência na produção, profissionalizar a gestão do seu negócio e, acima de tudo, conseguir superar esse momento de elevado endividamento, para pagar todas as suas dívidas com sua produção e não com seus bens.

E a decisão do escritório de advocacia realizar o evento é que os profissionais do Direito vão poder demonstrar como pode auxiliar o produtor em situações mais emergenciais, ou seja com a questão do superendividamento. Quem não consegue pagar todas as dívidas, que acabam vencendo, tem caminhos jurídicos a seguir.

Se o valor da dívida for muito significativo, diz Leandro, acima de R$ 20 milhões e que envolve alienação fiduciária e contratos de bater, pode recorrer à recuperação judicial. Se as dívidas forem menores, o caminho é outro. “Quando alguém tentar receber, o escritório consegue defendê-lo nesse processo, auditar as dívidas dos últimos 10 anos, revisionar essa dívida, retirar os juros abusivos, dar proteção aos bens pelo menos durante cinco anos para que não sejam levados a leilão e na renegociação para pagar os débitos”, explica.

1/3 do PIB Nacional

Leandro Marmo cita que o agro corresponde hoje a 1/3 do PIB Nacional. Mas recentemente, devido à crise no setor, muitos tem criticado os produtores rurais, que ao recorrerem à recuperação judicial, são taxados de caloteiros e até de pessoas de má-fé, o que não é o caso. “Muitos que chegam nessa fase de endividamento se desesperam e muitos não aceitam sequer cogitar a RJ. Porque ele tem brio, honra e caráter e deseja honrar com todas as suas obrigações”, pondera.

E segundo ele, o agro mudou. Já foi o tempo daquela pecuária extrativista, por exemplo, em que o gado ficava no pasto e o produtor apenas vendia sua produção, sem se preocupar em adubação e nem em investimento na propriedade para tirar dela conseguir retirar seu sustento.  “Hoje, exige mais do produtor. É preciso que ele saiba fazer investimento e adote tecnologias, tudo na perspectiva da produção. E para isso ele precisa entender aspectos como gestão financeira, contábil e de pessoas e também sobre comercialização de precisão”, frisa o advogado.

De acordo com Marmo, no evento de hoje, o produtor vai perceber que não dá para se falar apenas em agricultura o pecuária de precisão, isso envolve a comercialização e gestão de precisão porque sem isso ele não conseguirá ler e prever o mercado futuro. “Como as vezes ele não aprendeu e estudou sobre o tema, ela vai necessitar de consultoria. E essa consultoria não pode ser vista como despesa, mas como investimento que vai lhe trazer resultados mais positivos.”

Compartilhar informações

O evento de hoje vai compartilhar informações e insigths com os melhores especialista do mercado para ajudar o produtor rural a saber o que ele pode fazer nesse momento de crise no agronegócio.

“Estamos vivendo a maior crise do agronegócio das últimas décadas. Números oficiais apontam dívidas de mais de R$ 1 trilhão apenas com as instituições financeiras e as dívidas juntos à revendas e bater com certeza também são significativas apesar de não se ter hoje um número estimado”, frisa Leandro Marmo.

Ele cita que, em 2024, mais de 80% dos produtores não terão rentabilidade suficiente para honrar seus compromissos, o que os levará a ir para recuperação judicial ou ficar inadimplente ou mesmo sair do mercado. Outros tantos, de acordo com Leandro Marmo, estão prorrogando as dívidas para o ano que vem. “Mas ao fazerem isso, aumenta-se a dívida, pois os juros ficaram mais caros”, afirma.

Na agricultura, por exemplo, a soja, principal commodities, está sendo vendida a R$ 115 a saca, o que dá uma péssima margem de lucro para o produtor rural. Isso acontece devido a problemas climáticos. Mas os especialistas, afirma o advogado, acreditam que em 2025 haverá aumento da produtividade, mas mantendo-se o preço de hoje, pois os estoques globais da soja são enormes a produtividade estimada é expressiva. Por isso a expectativa é que o produtor leve de quatro a cinco anos para saldar suas dívidas.

Confira programação do evento