
Duas unidades do Judiciário goiano foram atacados em três dias. O caso mais grave foi registrado no Fórum de Goiatuba. Na madrugada desta quarta-feira, o prédio foi incendiado. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o segurança da unidade foi rendido por dois homens, que atearam fogo em 80% do edifício. Ainda segundo a corporação, todos os equipamentos e processos do prédio foram consumidos pelas chamas. Apenas um bloco foi preservado.
A polícia ainda não tem pistas dos autores do incêndio.
Ainda nesta semana, na segunda-feira (8), foi a vez do fórum da comarca de Senador Canedo ser palco de tiroteio ocorrido às 10h50 da manhã. Na ocasião, um indivíduo portando arma branca atacou profissionais do Judiciário após perceber que possuía um mandado de prisão em aberto. O vigilante do prédio reagiu e acabou atingindo com um tiro a perna do autor do delito.
Para o Sindicato dos Servidores e Serventuários da Justiça as ocorrências expõem um alerta que a instituição, na luta por resguardar a integridade física de servidores do Judiciário, há muito reitera à administração do TJGO: desrespeitar a Justiça tornou-se costume dos malfeitores. De acordo com o mais recente Diagnóstico da Segurança Institucional do Poder Judiciário, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o tribunal goiano ocupa a 81ª posição no ranking geral de indicadores de segurança, considerando cada órgão da Justiça brasileira, o que evidencia fragilidade nos dispositivos de segurança de suas unidades.
Essa realidade, porém, conforme o sindicato, parece ignorada pelo TJGO, que arquivou oito, dos nove pedidos protocolados pelo SindJustiça por mais segurança nos fóruns. Os ataques desta semana unem-se ao incêndio ocorrido no fórum de Iporá; à invasão da unidade judiciária de Rialma; e à ameaça de ataque à bomba em Cidade Ocidental na lista de ocorrências registradas este ano nos prédios do Judiciário estadual.
“É inadmissível que servidores e população continuem a pagar o preço, colocando suas vidas em risco, pela falta de investimento na área. É alarmante, também, que a casa da Justiça seja alvo de tamanha criminalidade. O SindJustiça, enquanto entidade que representa 4 mil profissionais do Judiciário, irá tomar as medidas cabíveis no sentido de exigir proteção aos servidores de Goiatuba, Senador Canedo e demais comarcas goianas, e solicita uma resposta rápida das autoridades e punição aos responsáveis”, afirma Fábio Queiroz, presidente do SindJustiça.
Asmego