Criminalistas se mobilizam para acompanhar hoje audiência de custódia de colegas presos na Operação Veritas

Marília Costa e Silva

Um grupo de advogados que integram a advogados que integram a Associação dos Criminalista do Estado de Goiás (AGCriminal), presidida por Paulo Borges, estão se mobilizando para comparecer ao Fórum Criminal de Goiânia, nesta quinta-feira (8), a partir das 8h30, para acompanhar as audiências de custódia dos causídicos presos no dia 6 passado.

Em lista divulgada nas redes sociais, até ontem (7) à noite, 27 criminalistas assinaram a lista de presença.  Os advogados marcaram de se reunir a partir das 8h30 em frente ao Fórum Criminal. Isso porque a audiência de custódia deve ser realizada por volta das 9 horas. A mobilização é uma forma de apoiar o colegas presos. A opinião é que pode ter havido excessos nas prisões e o não cumprimento de prerrogativas dos advogados.

Eles citam diversas arbitrariedades e ilegalidades na condução da Operação Veritas. Entre elas, que uma advogada foi detida na frente dos filhos menores em casa. Além disso, outro foi preso de cuecas e as imagens foram divulgadas e circulam nas redes sociais.

Eles citam que o Estatuto da Advocacia prevê que a autoridade policial,  no momento do cumprimento dos mandados de prisão e de  busca e apreensão, deverá preservar o sigilo do conteúdo de tais documentos, mídias ou objetos, bem assim assegurar a presença de representante da OAB, nos termos dos art. 7º, §6º-D, da Lei n. 8.906/94, durante o cumprimento da medida.

Operação Veritas

A prisão ocorreu durante a Operação Veritas, deflagrada pela Polícia Civil, que resultou na prisão de 16 advogados. As prisões foram autorizadas, em uma decisão de 158 páginas, pela juíza  da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, Placidina Pires. “Presentes indícios de autoria e materialidade das infrações penais em apuração e evidenciada a imprescindibilidade da medida para as investigações criminais, impõe-se o deferimento do pedido”, frisou a julgadora.

Garotos de recados

O delegado Thiago Martimiano, que coordenou as investigações, afirmou que eles atuavam como “garotos de recados” para diversos líderes de facções criminosas de Goiás.  Os presos também são investigados por supostamente levar informações sobre o tráfico de drogas até para criminosos da favela do Morro dos Prazeres no Rio de Janeiro.

Além dos advogados, foram cumpridos também 48 mandados de prisão preventiva de faccionados do Presídio Especial de Planaltina (PEP). Equipes da Polícia Civil cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em Goiânia, Anápolis, Planaltina de Goiás e no Distrito Federal.

Segundo o delegado, os advogados recebiam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil por mês para serem o meio de comunicação entre presos e membros de facções criminosas que estavam soltos.