Advogado alerta que empresas devem ter políticas claras sobre uso da IA por empregados

Nos últimos anos, a ascensão da Inteligência Artificial (IA) tem transformado significativamente diversos aspectos da sociedade, incluindo o ambiente de trabalho. No entanto, questões jurídicas surgem quando a utilização de IA para a execução de tarefas pelos funcionários ocorre sem o conhecimento do empregador.

Para o advogado Maury Jorge Sequinel o “uso da IA no ambiente de trabalho apresenta um desafio jurídico significativo e novo. Uma leitura simples do art. 482 da CLT, pode levar a conclusão de que a utilização de meios fraudulentos – e a IA para alguns, talvez assim seja – uma falta grave passível de demissão por justa causa, mas é crucial interpretar essa norma à luz do contexto moderno e tecnológico”.

Segundo ele, a legislação precisa evoluir para contemplar as nuances da era digital, onde o uso de IA pode ser tanto um catalisador para a produtividade quanto um possível risco para a integridade dos processos empresariais e da gestão de recursos humanos.

Sequinel alerta quanto a” importância de as empresas desenvolverem políticas claras e transparentes sobre a utilização de IA pelos funcionários. Isso inclui diretrizes específicas sobre quando e como a IA pode ser utilizada, bem como os procedimentos para a obtenção de consentimento do empregador.

Além disso, de acordo com ele, a formação contínua sobre as implicações legais e éticas do uso de IA é essencial para garantir que tanto empregadores quanto empregados estejam alinhados com as melhores práticas e regulamentações vigentes. “A IA não substituirá o advogado ou o Judiciário, mas a advocacia e o Judiciário precisam integrar a IA como uma ferramenta para otimizar suas operações.”

Portanto,  conforme o advogado é essencial que empregadores e funcionários estejam cientes das leis e regulamentações pertinentes e busquem orientação legal adequada ao lidar com questões relacionadas à IA no local de trabalho.

“Enquanto a utilização de IA pelos funcionários sem o conhecimento do empregador poderia, em certas circunstâncias, ensejar justa causa de acordo com a legislação trabalhista atual, cada caso deve ser analisado individualmente, levando em consideração todos os fatores relevantes”, explica.