Acusados do assassinato do advogado Hans Brasiel vão a júri popular nesta quinta-feira

Será realizado, nesta quinta-feira (25), a partir das 9 horas, no Fórum da Cidade de Goiás, a sessão do júri popular dos acusados pela morte do advogado Hans Brasiel da Silva Chaves. Serão julgados o também advogado Adelúcio Lima Melo e Wuandemberg Alvares Farias Silva, conhecido Vandim, amigo de Adelúcio, apontados como mandantes, e Rafael Alves da Silva, executor do crime. Adelúcio, no entanto, nega qualquer tipo de participação no assassinato.

Conforme relatado na denúncia pelo promotor de Justiça Augusto Moreno Alves, Adelúcio atuava na comarca de Aruanã, principalmente na área criminal, e sentiu-se incomodado com a chegada de Hans ao município, que também atuava em causas criminais. Segundo esclarecido na peça acusatória, em agosto de 2018, Hans firmou contrato com um ex-cliente de Adelúcio e obteve a sua soltura, situação que gerou uma discussão entre ambos e uma ameaça de morte feita pelo denunciado no interior do Fórum de Aruanã.

De fato, segundo a denúncia, Adelúcio agenciou pessoas para efetivamente matar Hans, mas não obteve êxito. Esta tentativa criminosa foi, inclusive, objeto de denúncia anterior por parte do MP de Goiás.

Após não obter sucesso na primeira tentativa de homicídio, o denunciado, segundo o órgão ministerial, passou a arquitetar nova forma de matar Hans, dessa vez, contando com o auxílio de seu amigo Wuandemberg Silva, que entrou em contato com Rafael e ofereceu-lhe para que matasse a vítima mediante a promessa de pagamento do valor de R$ 7 mil. Ao articularem o agenciamento do executor, Adelúcio e Wuandemberg obtiveram uma motocicleta e uma arma, que seriam utilizadas no crime.

Ao combinarem a execução do crime, os mandantes detalharam com Rafael a forma que ele deveria proceder, rota de fuga e que, caso fosse preso, deveria justificar falsamente o fato alegando que o crime foi ordenado por uma facção criminosa, pois a vítima não cumpria com seus contratos, justificativa planejada previamente por Adelúcio, que já havia protocolado perante a Promotoria de Justiça de Aruanã diversas representações desta natureza contra Hans.

Assim, no dia anterior à execução, conforme o MPGO, Rafael foi levado até a panificadora onde Hans costumava tomar café da manhã, com o objetivo de que o executor visse pessoalmente seu alvo e evitasse qualquer erro no plano. Na tarde de 6 de fevereiro, Rafael, que havia oferecido R$ 500,00 para que um adolescente o auxiliasse na fuga, recebeu ligação de Adelúcio confirmando que Hans estava em seu escritório e o crime deveria ser executado naquele momento.

Após chegar no escritório, Rafael entrou na sala do advogado Hans com a arma em punho e, surpreendendo-o, efetuou diversos disparos em sua direção, sendo que um dos disparos atingiu uma cliente da vítima na perna. Em seguida, ele fugiu do local, contando com o auxílio do adolescente. Rafael foi preso em flagrante no dia seguinte pela Polícia Militar.

Adelúcio, Wuandemberg e Rafael foram denunciados por homicídio triplamente qualificado e corrupção de menor de 18 anos. Além disso, Adelúcio e Wuandemberg também responderão pelo crime de coação (relativo a duas vítimas). Por fim, Adelúcio responderá ainda por falsidade ideológica.