Condenado pelo Tribunal do Júri da cidade de Goiás a 27 anos e seis meses de prisão pela morte do advogado Hans Brasiel da Silva Chaves, ocorrida em 6 de fevereiro de 2020, em Aruanã, o criminalista Adelúcio Lima Melo fugiu, na madrugada de domingo (23) da Casa do Albergado Ministro Guimarães Natal, em Goiânia. De acordo com a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP), ele estava recolhido em uma sala destinada a advogados, usufruindo das prerrogativas da sua profissão.
Conforme informações da Polícia Penal, Adelúcio, que sempre alegou inocência da acusação de ser o mandante da morte do colega, teria se aproveitado do benefício para fugir por uma janela que dava acesso à área externa do complexo. Forças de segurança realizam a busca pelo advogado, que está foragido.
A DGPP reitera que informações sobre o advogado podem ser repassadas pelos números 190, da Polícia Militar; 197, da Polícia Civil; 181, da Secretaria de Estado da Segurança Pública; ou pelo 62 98360725, da Polícia Penal.
Outros condenados
Dois outros acusados de envolvimento no caso já foram sentenciados: Wuandemberg Alvares Farias Silva, conhecido Vandim, foi condenado a 15 anos de reclusão e Rafael Alves da Silva, a 17 anos e 11 meses de reclusão. Eles formam condenados em 26 de abril deste ano.
Na época, Adelúcio não foi julgado porque abandonou o plenário do júri após recusar a se submeter às exigências dos órgãos de segurança pública que recomendavam a utilização de algemas. Diante dessa atitude, o juiz Flávio Florentino de Oliveira desmembrou o processo em relação ao réu.
Conforme ponderou o magistrado, na ocasião, Adelúcio “vem reiteradamente abusando do seu direito de defesa, tumultuando o processo e impedindo sua marcha regular, causando diversos percalços para o desate da questão criminal e, em especial, de seu próprio julgamento”.
O desaforamento (mudança de comarca) do julgamento para a cidade de Goiás e não no local do crime, segundo apontado pelo Ministério Público, ocorreu justamente porque Adelúcio exercia grande influência nas pessoas da cidade onde ocorreu o assassinato.
Nota da OAB-GO
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informa que foi comunicada do incidente ocorrido na Casa do Albergado Ministro Guimarães Natal. Em nota, a seccional reafirma seu compromisso com a legalidade e a ética profissional, destacando que não compactua com qualquer ato ilícito, contrário à lei ou tendente a frustrar sua aplicação, praticado por seus membros. “Nesse sentido, espera que o advogado se apresente imediatamente às autoridades, ao passo em que apoia plenamente os esforços das forças de segurança para recapturá-lo.”
