Integrantes de torcida organizada são condenados por tentativa de homicídio contra adolescentes

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Denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), foram condenados, na quarta-feira (19/6), pelo Tribunal do Júri de Goiânia, Vanderlei Alves dos Santos Júnior, Cleuton dos Santos Araújo e Tahylná Alves Porte de Oliveira. Eles foram sentenciados a penas que variaram de 4 a 16 anos de reclusão. O primeiro, por duas tentativas de homicídio e roubo, cuja pena total foi de 16 anos de reclusão, e os outros dois por roubo, sendo condenados cada um a 4 anos de reclusão e 10 dias-multa, em situações envolvendo integrantes de torcida organizada.

No júri, presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, atuou na acusação o promotor de Justiça José Carlos Miranda Nery Júnior. A denúncia foi oferecida em setembro de 2021 pelo promotor de Justiça Cláudio Braga Lima contra 12 pessoas, sendo que 9 deles foram excluídos da acusação na decisão de pronúncia.

A denúncia relatou que os crimes ocorreram no dia 11 de abril de 2021, por volta das 18 horas, após uma partida de futebol entre o Vila Nova e o Goiás, pelo campeonato goiano, realizada no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga.

Após a partida, os denunciados saíram em três carros com objetivo de agredir torcedores do Goiás que encontrassem pelas ruas da capital, e tomar suas camisetas do time adversário como um troféu, de forma a demonstrar a supremacia em termos de violência da torcida organizada Facção Vilanovense.

Conforme relatado, o motorista de um desses carros era Vanderlei Alves dos Santos Júnior, tendo como ocupantes Cleuton dos Santos Araújo e outras duas pessoas. Em outro carro, seguia Tahylná Alves Porte de Oliveira, como passageira, juntamente com outras 4 pessoas, sendo um deles um adolescente. O terceiro veículo continha 3 pessoas.

Já no Setor Jardim Novo Mundo, os três carros seguiam um após o outro, até que Vanderlei avistou a adolescente M. e o adolescente G., que usava uma camiseta da torcida Força Jovem, do Goiás Esporte Clube.

Um dos carros parou próximo aos jovens com a finalidade de tirar a camisa do rapaz, quando Vanderlei avançou na calçada em velocidade, colhendo as vítimas. Conforme a denúncia, agindo assim, ele assumiu o risco matá-los sem qualquer relutância e de forma consciente, apenas não causando suas mortes em virtude de circunstâncias alheias a sua vontade. A adolescente foi arremessada à frente do veículo, enquanto o rapaz caiu lateralmente à calçada, atrás de uma árvore.

Enquanto Vanderlei manejava veículo de ré para sair da calçada, Cleuto desceu, e, juntamente com outras pessoas, cercou o adolescente, levando dele a camiseta.

Minutos antes, no mesmo bairro, os ocupantes do carro em que estava Tahylná também avistaram a adolescente L., usando uma camiseta da torcida organizada Força Jovem.

Assim, eles pararam o carro, ocasião em que Tahylná desceu, sacou uma arma de fogo da cintura e, mediante grave ameaça, ordenou que a vítima lhe entregasse a camiseta, o que foi atendido, deixando a vítima apenas de sutiã na rua. Fonte: MPGO