Desafios para o novo advogado

Luana Morais*

No passado, ouvia-se falar a respeito do advogado criminalista, trabalhista, de família, civil e mais algumas poucas especialidades. Hoje em dia, a situação mudou completamente. Surgiram novas demandas na sociedade, o que trouxe um enorme impacto no trabalho da classe. O número de profissionais aumentou. Estima-se que a cada hora, o Brasil forma 10 bacharéis em Direito, pelos mais de 1,2 mil cursos
espalhados pelo país, de acordo com o portal Guia do Estudante, com base em
informações do Ministério da Educação (MEC).

Com a concorrência nas alturas e um mercado extremamente competitivo, o jovem
advogado precisa ficar atento às novidades e às transformações tecnológicas que os
últimos anos trouxeram para a profissão. Essa redução de espaço para novos talentos
não significa, porém, que é impossível atuar na área, mas sim que os profissionais do
futuro devem se adaptar às novas exigências do setor. Por isso, é fundamental preparar
os jovens estudantes de Direito para esse novo cenário.

Nessa seara cada vez mais escassa de oportunidades, seja no setor público ou privado,
os jovens advogados precisam se reinventar. Empreender é uma das alternativas. Quem
se propõe a essa missão precisa otimizar sua atividade visando lucro, maximizando o
resultado enquanto controla as despesas.

No empreendedorismo jurídico o modelo de negócio é o escritório de advocacia ou as
startups jurídicas, as lawtechs ou legaltechs. Aqui, os profissionais do Direito ocupam o
papel de gestor, e o lucro é obtido pela prestação de serviços jurídicos. Na prática, você
atua no ramo, por exemplo, oferecendo assessoria ou consultoria em ações judiciais e
questões preventivas.

Com o advento da internet, diversos problemas surgiram, como: fake news, crimes
virtuais, golpes financeiros, invasão de privacidade, roubo de senhas e dados, dentre
outros. E com eles, novas oportunidades. Por esse motivo, uma nova porta para os jovens
advogados se abre. Já que também são mais consumidores das novas tecnologias,
podem se especializar nesse segmento e trabalhar com esse mercado.

Mas de nada adianta debater esse tema ou pensar em desbravar novos mercados, se as
instituições de ensino não pararem de formar apenas mais ‘candidatos a emprego’. Elas
precisam se empenhar seriamente neste sentido. O primeiro passo seria oferecer
disciplinas emprestadas do currículo das escolas de negócios ou de Administração.
Matérias como finanças, contabilidade, gestão, liderança e empreendedorismo. Cursos de
marketing também serão bem vindos.

O fato é que nenhum jovem profissional em Direito hoje em dia pode se sair bem se não
souber promover seu trabalho, sua marca, seu nome ou sua firma. Competência
profissional não é, definitivamente, o único requisito básico para o sucesso, agora mais do
que nunca.

*Luana Morais é acadêmica de Direito e coordenadora da Subcomissão de Acadêmicos e Estagiários da CAJ-OAB/GO